Estava eu a fazer scroll no instagram quando me deparei com uma descrição numa fotografia da @iamisabelsilva.
A descrição era sobre como fazer o melhor pão do mundo. Em que o segredo seria simplesmente aquilo que mais temos agora: Tempo. Tempo para fermentar.
Em minha casa fermentar o pão era natural todas as sextas feiras.
Logo pela manhã o meu pai amassava a massa e após isto deixava-a a levedar toda a tarde, para no final dela, esta ir cozer ao forno de lenha, e no fim nascia o pão.
Mas, ironicamente precisei da frase que vinha agarrada à imagem para observar a palavra fermentar e olha-la com curiosidade.
E que linda que é a palavra e tão cheia de significado não acham?
Pela primeira vez associei-a à burrice dos olhos e da nossa mente humana onde só apreciamos coisas belas quando fermentamos.
A fermentação é um processo que se dá por apenas deixar respirar/repousar a massa para que ela cresça, ou seja dar-lhe tempo.
Será que todos nós, tal como neste processo a que é sujeito o pão, não precisamos de nos fermentar esporadicamente? De nos permitir respirar/ parar para o crescimento da nossa massa?
É que a nossa massa muitas vezes é carente na arte de respirar, experienciámos rotinas e horários iguais todos os dias que nunca nos irão fazer crescer apenas emburrecer, impedindo a nós próprios, em prol de vários géneros de evitamento o crescimento, e porque será que não nos permitimos a isso?
E embarcamos numa falsa ideia de vida, numa falsa ideia de liberdade, porque nos recusamos uma vida toda a fermentar.
A vida merece ser fermentada se queremos que se chame vida.
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